A Jimboê Didática é uma empresa que atua desde 2003 e oferece prestação de serviços como assessoria na reformulação de currículos, leituras técnicas, produção de materiais didáticos e cursos de formação de professores.

Nosso objetivo neste blog é oferecer às instituições escolares, aos professores e a todos os interessados, um espaço de debates, troca de conhecimentos e experiências no ensino de Geografia, Arte e outras áreas do conhecimento.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Mapas antigos e atuais em sala de aula

     Atualmente, o uso de programas como o Google Earth, o Google Maps e o Wikimapia, vêm se tornando cada vez mais eficazes no auxilio do estudo do espaço geográfico, na busca de endereços, elaboração de mapas personalizados, etc. O "como chegar lá" está ficando cada vez mais fácil.

Google Earth - imagem da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Google Maps - mapa da região da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
     Entretanto, é importante que os alunos conheçam como e porque, dentro da história da cartografia, o avanço da tecnologia foi fundamental para a compreensão do espaço geográfico. Dessa forma, é interessante o estudo dos mapas históricos e da discussão de como, por meio deles, é possível compreender como a sociedade transformou o espaço, como esse mesmo espaço se configura atualmente e como devemos agir sobre ele. 

Mapa do Cone Sul e rio da Prata, deArnold Colom e Hendrik Doncker. Amsterdã, 1663.

Mapa da América do Sul, de Herman Moll. Londres, 1729.

     A fim de propiciar aos alunos o conhecimento de ferramentas tecnológicas e aliar este conhecimento ao conteúdo abordado na história da Cartografia dentro da Geografia, sugerimos uma sequência de abordagem em sala de aula, especialmente, se houver possibilidade de trabalho com a internet.


Geografia
Conteúdo: mapas históricos, desenvolvimento tecnológico (técnicas), representação cartográfica, noções de escala e produção de mapas.
Segmento: Ensino Fundamental II e Ensino Médio
 
1a. etapa: Inicie o conteúdo com uma aula expositiva, contemplando, por exemplo, o item disposto no livro didático utilizado na escola. Ressalte como os mapas eram produzidos antigamente, com menor exatidão, pois eram feitos com base em relatos e impressões pessoais. Na sequencia, pode-se utilizar os seguintes sites para dar continuidade ao conteúdo:
2a. etapa: Explore as imagens de mapas antigos levando os alunos a observar detalhadamente os desenhos. Peça que observem, por exemplo, a forma das terras emersas, o desenho dos cursos dos rios, os nomes atribuídos aos lugares, os desenhos complementares no mapa, a indicação das direções.


3a. etapa: No laboratório de informática, oriente os alunos a conhecer o Google Earth, o Google Maps e o Wikimapia. Deixe que os alunos conheçam as ferramentas disponíveis em casa programa e as possibilidades de aplicação.


4a. etapa: Auxilie os alunos a explorar o programa Google Earth. Explique as possibilidades de uso das ferramentas, principalmente na esquerda do vídeo, onde aparecem as opções de marcação de camadas: marcadores rodoviários, llimites, estradas ou , acima, na barra de endereços. Utilize como exemplo o endereço da escola, digitando o endereço e solicitando a busca. Peça para que seja observados todos os detalhes da imagem, especialmente as possibilidades de zoom e, por conseguinte, de mudança na escala (ressalte a altitude e a escala que aparece com a imagem). Deixe que o programa seja explorado por algum tempo.


5a. etapa: Destaque aos alunos que, atualmente, os mapas são produzidos por meio de fotografias aéreas e imagens de satélite, que captam as imagens por meio de sensores, o que permite uma precisão muito grande nas representações cartográficas. Veja um pequeno texto que pode auxiliar sua explicação:

     O desenvolvimento tecnológico ocorrido nas últimas décadas revolucionou a Cartografia. A partir da década de 1940, o aperfeiçoamento das aeronaves permitiu a utilização de máquinas fotográficas aéreas que mostram com exatidão os elementos existentes na superfície do terreno e sua distribuição espacial.
     Com essas máquinas especiais, a bordo das aeronaves, são obtidas fotografias de diferentes faixas do terreno. Depois de reveladas, as fotografias passam por aparelhos computadorizados que lêem a imagem e desenham os mapas.
     A partir da década de 1960, com o desenvolvimento da informática e dos satélites artificiais, torno-se possível conhecer lugares da Terra até então inacessíveis aos seres humanos. As imagens de satélite permitiram visualizar grandes extensões da superfície terrestre e mapeá-las com precisão.
     Todas essas inovações tecnológicas na Cartografia possibilitaram ao ser humano registrar e, consequentemente, conhecer em detalhes as características naturais e culturais de diversos lugares do planeta. Hoje em dia, a tecnologia cartográfica é utilizada para o planejamento e a execução de ações humanas em todo o espaço geográfico.
BOLIGIAN, Levon; BOLIGIAN, Andressa Turcatel Alves.
 Geografia: Espaço e Vivência - Ensino Médio. São Paulo, Atual, 2010.

6a. etapa: Escolha antecipadamente um lugar para que a turma toda "visite" virtualmente. Pode ser o limite litorâneo, um monumento importante, a confluência de dois grandes rios, uma ilha, etc. Após esta escolha, defina as coordenadas e os nomes pelos quais os alunos deverão pesquisar nos programas (Google Earth, Google Maps e Wikimapia).

7a. etapa: Se estiver trabalhando com o conteúdo de coordenadas geográficas, dependendo do ano ministrado, indique aos alunos a possibilidade de encontrarem determinados lugares por meio dos graus e minutos. Por exemplo, no caso do Google Earth, para localizar a hidrelétrica de Itaipu, no estado do Paraná, deve-se inserir suas coordenadas: 25o24'48" S e 54o35'45"O. Entretanto, na caixa de pesquisa "Voar para", as coordenadas devem ser colocadas desta maneira: -25.2448 e -54.3545 (com o sinal de menos, pois  a localização refere-se ao Sul e ao Oeste).
     Se preferir, entretanto, pode-se trabalhar com o nome dos lugares. Por exemplo, escrevendo o termo Usina Hidrelétrica de Itaipu, na caixa de pesquisa "Voar para". Se for possível, imprima a imagem escolhida.

8a. etapa: Utilizando o Google Maps, localize a sua cidade na opção Mapa e alterne com a opção Imagem e resgate as imagens dos mapas históricos.

Avaliação
     Discuta com os alunos a questão do desenvolvimento tecnológico na produção cartográfica. Solicite uma análise dos mapas estudados no decorrer da sequência.

Conteúdo interessante e disponível na rede

Como fazer a iniciação cartográfica da turma - Revista Nova Escola, maio/2011.

A mina dos mapas - Revista Pesquisa FAPESP, maio/2011.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lançamento do livro Novos rumos da Cartografia Escolar

     Professores, é com orgulho que divulgamos o lançamento do livro Novos rumos da Cartografia Escolar, Editora Contexto, organizado pela professora Rosângela Doin de Almeida, do qual o Levon é o autor do capítulo A cartografia nos livros didáticos no período de 1824 a 1936 e a história da geografia escolar no Brasil.
     Será no dia 21/05/2011, na Livraria da Vila, em São Paulo.
Compareçam.


Desenvolvimento dos países do mundo - vídeo em sala de aula

     Os vídeos didáticos podem ser ótimos aliados no trabalho em sala de aula.
     Este vídeo - 200 países, 200 anos, 4 minutos - do médico e professor sueco Hans Rosling mostra, por meio de uma animação gráfica, a história do desenvolvimento do planeta nos últimos dois séculos (Programa "The Joy of Stats" da BBC).



     Os conteúdos que podem ser abordados com os alunos (8o ano e Ensino Médio) são:
  • Desenvolvimento e subdesenvolvimento - origens históricas e características atuais (critérios da regionalização e renda per capita)
  • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - índice criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) que tem como objetivo mostrar com maior fidelidade as condições em que vive a maior parte dos habitantes de cada país, considerando critérios como: expectativa de vida, escolaridade, consumo, renda, condições sanitárias e mortalidade infantil.
  • Primeira Revolução Industrial - período que se consolidou a indústria moderna como principal atividade econômica, desde as últimas décadas do século XVIII a meados do século XIX e que alavancou a economia dos países europeus.
  • Segunda Revolução Industrial - período do final do século XIX a meados do século XX, caracterizado pelas as descobertas científicas e os avanços tecnológicos, como o uso do petróleo e do aço, destacando a produção fabril da siderurgia, metalurgia e petroquímica, consolidando a economia de países europeus e dos Estados Unidos.
  • Terceira Revolução Industrial - iniciada na década de 1950, quando integrou-se a ciência, a tecnologia e a produção, despontando segmentos industriais de alta tecnologia, como os da telecomunicações, microeletrônica, cinernética e aeroespacial, destacando os países asiáticos.
  • Desigualdades sócio-espaciais - características de diversidades entre os continentes.
  • Processo de globalização.
     Após destacar o conteúdo a ser discutido, mostre aos alunos o vídeo e, com algumas pausas, intercale as explicações sobre o assunto tratado.

Bom trabalho!!!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Terremoto e tsunami no Japão

     O terremoto que ocorreu no Japão no mês de março, foi amplamente noticiado pela mídia internacional. Pudemos verificar a devastação ocasionada pelo terremoto que abalou o território japonês, sobretudo o nordeste do país e, quase que em tempo real, os tsunamis que varreram essa região litorânea em conseqüência do sismo. As imagens que mostram o antes e o depois são impressionantes.
   

Cidade de Natori. 11/03/2011. Foto: Kyodo/Reuters
Imagem disponível em www.bbc.co.uk/portuguese
     Esses fenômenos naturais, com ampla cobertura da mídia, aguçam a curiosidade de alunos, tanto do Ensino Fundamental II, quanto do Ensino Médio. Sugerimos ao professor, tanto de Geografia como de Arte, que abra espaço em algumas aulas para trabalhar as causas e os efeitos desses eventos. Para tanto, propomos as sequências didáticas.

Geografia
Segmento: 6º ano e 1o ano do Ensino Médio
Conteúdo: Dinâmica endógena da crosta terrestre, Placas tectônicas ou litosféricas, Sismos e tsunamis, Transformação da paisagem, Uso da terra

1ª etapa: Questione os alunos de forma a sondá-los a respeito do que eles leram, assistiram ou mesmo ouviram falar sobre o terremoto ocorrido no dia 11/03/2011. Crie um quadro na lousa para servir de “sementeira de ideias”, registrando ideias-chave (palavras, frases, etc.) que os alunos mencionarem a respeito do evento. Identifique o quanto a turma se sensibilizou com o assunto.

2ª etapa: Leve um mapa-mundi ou um globo terrestre para a sala de aula, para trabalhar a localização do Japão com os alunos. Estabeleça relações de distância entre esse país e o Brasil, pois, mesmo os alunos do Ensino Médio, em muitos casos, tem dificuldade em localizar países em relação ao território nacional. Depois de expor a localização, deixe os alunos manipularem a vontade o mapa ou o globo.

3ª etapa: No livro didático ou no atlas escolar, trabalhe o planisfério que represente as placas tectônicas, indicando o fato de que o território japonês encontra-se na confluência e na divergência de quatro placas tectônicas distintas, configurando-se como uma zona de alta tensão. Compare a situação do Japão com a do Brasil, que está no centro de uma extensa placa tectônica.


BOCHICCHIO, Vicenzo Raffaele . Atlas do Mundo Atual. São Paulo: Atual, 2003.
4ª etapa: Com base no esquema abaixo, explique aos alunos como ocorre a tensão em uma zona de subducção da placa tectônica, caso da placa do Pacífico, que subduz às placas Norte-americana e Eurasiana, no litoral leste do Japão.

BOLIGIAN, Levon Boligian; BOLIGIAN, Andressa Turcatel Alves.
Geografia: Espaço e Vivência - Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.
    Ao ceder a tensão (pressão) entre as rochas, das quais são compostas, as placas movem-se alguns centímetros abruptamente, desencadeando-se a liberação de uma grande quantidade de energia, que pode ter magnitudes variadas. Essa quantidade de energia pode ser mensurada com técnicas e metodologias diferenciadas, de acordo com o objetivo que se tem. Use o texto disponível no link abaixo com os alunos para uma melhor compreensão das diferentes formas de medição de um tremor.


5ª etapa: Explique aos alunos que os tsunamis decorrem da propagação das ondas liberadas pelo sismo ocorrido no interior da crosta. No caso do litoral nordeste do Japão, os estragos foram enormes, visto a situação geográfica da área, caracterizada por planícies, em grande parte artificiais, já que nesse país são extensas as áreas de aterros que foram construídas sobre área de mar. Veja um exemplo de video que pode ser mostrado aos alunos.


     Para trabalhar ainda os efeitos do tsunami sobre as áreas afetadas, acesse a web no multimídia em sala de aula e, na tela, trabalhe os contrastes do “antes” e do “depois”, na passagem das ondas de tsunami. Acesse os endereços:
http://www.abc.net.au/news/events/japan-quake-2011/beforeafter.htm
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/03/110314_japao_antes_depois_pu.shtml

6ª etapa: Finalize o trabalho pedindo aos alunos que, por meio da técnica de dramatização, interpretem em vários “atos”, os diferentes efeitos que pode desencadear um tremor, de acordo com a escala de Mercalli, que segue.

BOLIGIAN, Levon Boligian; BOLIGIAN, Andressa Turcatel Alves.
Geografia: Espaço e Vivência - Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.

Arte
Conteúdo: Desenho, pintura, representação, cor.
Todos os segmentos

1ª etapa: Em uma roda de conversa, sensibilize os alunos buscando focar nas relações culturais próximas que existem entre o Brasil e o Japão, desde o início do século XX, com a imigração de milhares de japoneses para o nosso país. Mostre aos alunos que, por outro lado, e como muitos deles sabem, nos últimos anos, milhares de outros brasileiros, descendentes desses japoneses, regressaram para trabalhar na terra de seus avós. Informe-os que, atualmente, cerca de 260 mil brasileiros vivem no Japão, muitos na área mais afetada pelo terremoto e pelo tsunami. Pergunte aos alunos sobre a possibilidade de que conheçam pessoas (parentes, amigos, vizinhos, etc.) que morem atualmente no Japão, e se tem notícias delas após o terremoto. Questione-os sobre o que sentiram ao assistir a cenas que mostravam a devastação ocasionada por esses eventos naturais.

2a. etapa: Ressalte o trabalho de alguns artistas de origem ou descendência japonesa, como Tomie Ohtake (DVD Arte na Escola) e Manabu Mabe.

3a. etapa: O site francês http://cfsl.net/tsunami/ está promovendo um leilão de imagens em prol das vítimas do teremoto e tsunami no Japão. É possível participar por meio do envio de desenhos.
     Aproveite a oportunidade para trabalhar desenho e pintura com ênfase no estilo japonês, como os mangás, que tanto chamam a atenção das crianças e adolescentes.
Observe e mostre aos alunos alguns desenhos já publicados no endereço citado.





Incentive os alunos a produzir e enviar seus desenhos.

Bom trabalho!!!

quarta-feira, 9 de março de 2011

China em imagens


     Dando uma olhadela em páginas da rede, é possível encontrar várias fontes confiáveis de recursos atualizados,  e que  estão relacionados aos conteúdos escolares, permitindo a criação de diferentes formas de modificar as aulas e interagir com os alunos. A página da BBC Brasil, por exemplo, é uma dessas fontes de recursos. Dia desses, lendo as notícias publicadas pela BBC, nos deparamos com um recurso interessante, que resume a história recente da economia chinesa por meio de fotografias e legendas. 

          China, uma economia em mutação

Em 1949, a China era um dos países mais pobres e subdesenvolvidos do mundo.
Cerca de 90% da sua população vivia no campo, a maior parte dela na pobreza.
(Foto: Getty Images)
 
Em 1956, a economia chinesa pertencia ao Estado.
A maioria da população ainda vivia no campo e trabalhava na agricultura.
 O governo incentivava a industrialização, mas a produtividade era baixa.
 (Foto: Getty Images)

 
A China só começou a prosperar após grandes reformas em 1978.
Uma das mudanças permitiu investimentos estrangeiros. Em 1980, a Coca foi uma
das primeiras empresas a montar joint ventures na China. (Foto: Getty Images)


Incentivos para a eficiência agrícola levaram a uma maior produção de alimentos e
permitiram que mais trabalhadores migrassem a outras indústrias,
como fábricas e pequenos negócios. (Foto: Getty Images)

Zonas especiais econômicas foram criadas pelo governo para estimular a produção fabril.
Shenzhen se transformou de uma adeia pesqueira de 30 mil habitantes em 1984
em uma cidade de 8 milhões de pessoas em 2007. (Foto: Getty Images)

Mais e mais chineses se mudaram do campo para as cidades.
Em 1950, menos de 13% da população era urbana.
Agora, a população urbana chegou a 40% e deve chegar a 60% nas duas próximas décadas.
 (Foto: BBC)

A China se tornou 'a fábrica do mundo'. Sua economia cresceu em média 10% ao ano nos últimos 25 anos. Em 2001, o país foi considerado aberto o suficiente para aderir à Organização Mundial do Comércio.
 (Foto: Getty Imagens)

A alta demanda global por produtos chineses alimentou o consumo energético na China.
O país se tornou importador líquido de petróleo em 1993.
Sua demanda por combustível deve se equiparar à dos EUA em 2030. (Foto: Getty Images)

A indústria chinesa cresceu mais rápido que sua regulamentação.
 A UE estima que 80% de seus produtos piratas venham da China. (Foto: Getty Images)

A economia continua a crescer, mas não escapou aos efeitos da crise global.
Milhares de fábricas fecharam suas portas, e muitos trabalhadores tiveram de voltar ao campo.
(Foto: Getty Images)

A economia chinesa superou a do Japão e se tornou a segunda maior do mundo.
Especialistas creem que, no atual ritmo, a China pode superar os EUA e se tornar
a maior economia do mundo em cerca de dez anos. (Foto: Getty Images)

     O conteúdo referente à globalização da economia mundial, ao crescimento da economia das potências emergentes, e particularmente o crescimento da economia chinesa, está contemplado tanto no Ensino Médio quanto no Fundamental II. Entretanto, com o objetivo de abordar o tema de modo mais interativo com os alunos, sugerimos uma visita à página da BBC. Segue uma sugestão de abordagem tanto em Geografia quanto em Arte.

Geografia
Conteúdo: Ásia, países emergentes,economia global, comércio mundial, geopolítica.
Segmento: 8o e 9o anos e Ensino Médio.

     Mostre aos alunos a seqüência de fotografias explorando o máximo a leitura de imagens, discutindo amplamente o que essas imagens revelam. Ressalte também o título da reportagem. Em seguida, trabalhe com os alunos o resgate de alguns fatos históricos ocorridos no território chinês. Pode-se utilizar o seguinte texto:

   Para entender a realidade atual da China, assim como as grandes transformações que levaram o país a se destacar no cenário mundial, devemos fazer uma análise de sua história mais recente.
   Desde o século XIX, a China esteve submetida aos interesses das nações imperialistas, como Inglaterra, Japão e Rússia, que exploravam de maneira indiscriminada os recursos naturais existentes no território chinês, além de controlar grande par te de sua economia.
   Essa situação começou a mudar a partir de 1949, quando um movimento de base camponesa, liderado por Mao Tsé-tung, desencadeou uma revolução, levando à instalação do regime socialista no país.
   Entre as principais medidas estabelecidas pela revolução, encontram-se: a instalação de um par tido único no país, o Par tido Comunista; a planificação da economia, centralizada pelo Estado; a estatização dos meios de produção; a reforma agrária e a coletivização das terras.
   Inicialmente, o governo chinês investiu no desenvolvimento da atividade industrial, sobretudo por meio da criação de indústrias pesadas, como forma de acelerar o crescimento econômico do país. Ainda na década de 1950, os dirigentes do Par tido Comunista reavaliaram os planos econômicos e passaram a priorizar o desenvolvimento da agricultura e a modernização do campo, investindo na construção de indústrias de tratores, máquinas e implementos agrícolas, fertilizantes, adubos, etc.
A implantação desse modelo apoiado na criação de indústrias de base foi viabilizada pela cooperação técnica e financeira que a União Soviética, também socialista, ofereceu à China, o que acelerou o ritmo de crescimento econômico do país.
BOLIGIAN, Levon; BOLIGIAN, Andressa T. A. ; VIDAL, Wanessa G. P.; MARTINEZ, Rogério.
Geografia Espaço e Vivência. 8o ano. São Paulo, Atual, 2009.

      Na seqüência, reveja com os alunos as fotografias e, então, passe a eles as legendas de cada imagem.
     Finalize o trabalho propondo aos alunos uma pesquisa na internet de outras imagens ícones do desenvolvimento chinês nos últimos anos.


Arte
Conteúdo: fotografia, fotojornalismo, tradução e leitura de imagens.
Segmento: 8o ou 9o ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
   
     Destaque a fotografia jornalística como forma de registro de um momento histórico, visualização de notícias, tradução de momentos particulares/específicos e a retratação de momentos sociais e culturais importantes.
     Ressalte a importância dos registros como arquivos sociais e culturais e a transmissão da informação de maneira objetiva.
     Se houver possibilidade, apresente o DVD da dvdteca do Arte na Escola. Acesse o conteúdo do documentário Fotografia: o exercício do olhar, que traz depoimentos de diferentes profissionais que trabalham com a liguagem fotográfica, ou ainda, discuta o trabalho de Sebastião Salgado, por meio do DVD Sebastião Salgado: cidadão do mundo.
     Mostre as imagens da sequencia (da economia chinesa) e destaque as características apresentadas nas fotografias em preto e branco e nas fotografias coloridas. Leve os alunos a refletir: que tipo de sensação as imagens com colocaração diferente passam? o que podemos perceber nas diferenças entre elas? Elas retratam momentos importantes em cada período de tempo diferente? Como percebemos isso?
     Apresente aos alunos outras imagens de fotógrafos importantes como Robert Capa e Henri Cartier-Bresson, que retrataram aspectos da cultura chinesa cerca de alguns anos antes dos retratos da sequencia de imagens mostrada na página da BBC. Utilize o conteúdo descrito na seqüencia de Geografia para explorar as imagens.


Treinamento guerrilheiro, China, de Robert Capa, 1938.
Dois ícones da China na época, os guerrilheiros e os arrozais.

Leitura de atualidade, de Henri Cartier-Bresson, Pequim, China, 1948.
Homens lêem as notícias sobre a revolução de Mao.

Recrutamento urgente, de Henri Cartier-Bresson, Pequim, China, 1948.
Convocados com urgência, pequenos comerciantes e vendedores na Praça do Palácio Imperial,
para tentar frear a entrada dos revoúcionários.
     Aproveite a ligação do conteúdo e amplie o repertório dos alunos sobre o conhecimento de diferentes fotógrafos que realizaram trabalhos importantes no fotojornalismo, como Evandro Teixeira, Claudio Versiani, Pedro Martinelli, Sebastião Salgado, Jorge Araújo, Marlene Bérgamo, entre outros.

     Solicite aos alunos uma pesquisa de imagens como forma de avaliação do trabalho realizado em sala de aula. Sugira sites ou blogs de fotojornalistas brasileiros, como:
Danilo Verpa
Mastrangelo Reino 
Letícia Moreira

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Bom trabalho!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Aquecimento global em vídeo

      O tema aquecimento global está cada vez mais presente em nosso dia a dia, tanto pela mídia quanto por um grande número de publicações teóricas e científicas. Para discutir alguns aspectos das questões polêmicas geradas pelo tema meio ambiente, sugerimos a leitura da entrevista com a climatologista Magda Adelaide Lombardo concedida ao professor Levon Boligian. Neste texto, é destacada a importância do educador na formação da consciência ambiental.
      Além disso, sugerimos a utilização do documentário Uma verdade incoveniente: um aviso global (ParamountClassics, 96 min., 2006) no trabalho com o tema em sala de aula.


   A partir da exibição do documentário, questione os alunos sobre:
  • Quais eventos levaram o protagonista a assumir a posição apresentada?
  • Quais eventos específicos, citados no documentário, servem de evidência para o aquecimento global?
  • Qual a relação entre o aquecimento global e outros problemas ambientais, como a questão da água e a poluição, também apresentados no documentário?
  • Com que tipo de ações ou hábitos estamos contribuindo para os problemas destacados no documentário? Como é possível evitá-los? (Relacione especialmente a questão do consumismo na sociedade)
      Ainda é possível trabalhar com os alunos em Arte o conteúdo de vídeo documentário. Sugira a criação de um vídeo relacionado ao tema Meio Ambiente.

Bom trabalho!!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Deslizamentos no Rio de Janeiro: sugestão para abordar o tema em sala de aula

     Diante de tantas notícias sobre os deslizamentos que ocorreram no início de 2011 em alguns municípios do estado do Rio de Janeiro, é natural que surjam várias dúvidas entre os alunos sobre as causas desse fenômeno. Os deslizamentos de terra fizeram um elevado número de vítimas e transformaram as paisagens na região serrana do estado.
Vista aérea de um deslizamento em Teresópolis (RJ) em 12/01/2011.
Foto do governo do estado do Rio de Janeiro.

Teresópolis (RJ) em 12/01/2011.
Foto de Domingos Peixoto, Agencia O Globo.
     Os deslizamentos são fenômenos naturais que podem acontecer com freqüência em regiões como na Serra do Mar, especialmente nos meses de maiores precipitações. Eles ocorrem devido à saturação do solo pela água das chuvas e pelo deslocamento de grande quantidade de terra e rochas (matacões), especialmente nas encostas mais íngremes do relevo – como foi o caso de áreas dos municípios da região serrana do Rio.
     É necessário destacar também para os alunos que a interferência humana nas encostas, como com a ocupação de áreas para moradia (na zona urbana) e atividades agrícolas (na zona rural), intensifica esse fenômeno. A partir dessas observações, sugerimos uma seqüência didática que deverá permitir o entendimento da dinâmica de alguns fatores que contribuíram diretamente para a ocorrência dos deslizamentos mencionados.

Geografia

Conteúdo: A dinâmica do relevo e as paisagens terrestres, a formação e a transformação do relevo - os fatores naturais externos (exógenos), a ação humana na transformação e formação do relevo; tipos de clima, climas do Brasil e a influência da altitude nas características climáticas e a importância da previsão do tempo.
Segmento: Ensino Fundamental II e Ensino Médio (cerca de 3 aulas)
Material necessário: fotografias de deslizamentos, mapas do relevo e do clima do Brasil e do estado do Rio de Janeiro (ou da região Sudeste), papel milimetrado para confecção de climogramas, acesso à Internet.
Desenvolvimento:
1. Mostre aos alunos as fotografias de deslizamentos que ocorreram na região serrana do Rio de Janeiro no início de 2011 e outras imagens onde possam ser visualizadas as características do relevo desta região. Questione-os sobre as imagens e peça para que analisem as características morfológicas do terreno e como os deslizamentos de terra atingiram as partes mais baixas do relevo.

2. Utilize um mapa hipsométrico do estado do Rio de Janeiro e analise as altitudes e a localização dos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.

CALDINI, Vera; ISOLA, Leda. Atlas Geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2009.

     É possível verificar a altimetria da área de estudo no Wikimapia. Para isso, acesse o Wikimapia e localize a região serrana do Rio de Janeiro (especialmente as cidades de Nova Friburgo e Teresópolis). Selecione a opção Tipo de mapa – Google Terreno – e aproxime a escala até que apareçam as cotas no lugar escolhido.
     Destaque que as altitudes das cidades variam entre 845 m em Petrópolis, 846 m em Nova Friburgo e 871 m em Teresópolis. Entretanto, a região serrana no entorno desses municípios possui altitudes de cerca de 1.400 metros. Permita que os alunos observem isso nos mapas. Acione também a opção Google satélite para que vejam a imagem de satélite dos mesmos lugares.
     Leve os alunos a perceber a forma e a declividade acentuada do relevo da região. Ressalte também a constituição geológica do terreno, que se caracteriza por uma camada relativamente fina de solo que recobre a rocha constituinte da Serra.
3. Em uma etapa seguinte, utilize um mapa de clima do território brasileiro e destaque o estado do Rio de Janeiro. Se preferir, é possível acessar o mapa de clima do Brasil, disponível para dowload. Por conter detalhes específicos, esse mapa possibilita melhor visualização da região serrana, onde atua o clima Tropical Úmido de altitude ou Mesotérmico Brando e Mediano. Por meio de sua legenda é possível que os alunos percebam as características específicas do clima local, como a quantidade de meses secos.

4. Monte com os alunos um climograma da região, utilizando as médias de temperatura e precipitação das cidades de Teresópolis e Nova Friburgo. Para ter acesso aos dados de registros, acesse The Wearther Channel. Escreva o nome das cidades na janela de pesquisa e obtenha os dados das Médias e Registros Mensais. A partir dessas informações é possível montar um climograma e analisar os dados de temperatura e precipitação no decorrer do ano.
     Ressalte a média de precipitação do mês de janeiro (que é de 208 mm). Informe aos alunos que, segundo dados do INMET, a quantidade de chuva acumulada em 24 horas entre os dias 11 e 12 de janeiro de 2011, foi de 201 mm em Nova Friburgo.

5. A partir da coleta e análise dos dados de relevo e clima, é necessário ainda, explicar aos alunos as formas de ocupação do terreno na região. Utilize mais uma vez o Wikimapia, acionando a opção Tipo de mapa - Google híbrido ou Google satélite, para que os alunos percebam por onde se estendem as áreas urbanas mencionadas (localizadas sobretudo nos vales) e os bairros que ocupam as encontas mais íngremes. Utilize algumas imagens como esta para deflagrar a discussão.
Casas afetadas por deslizamento em Nova Friburgo (RJ) em janeiro de 2011.
Foto de Shana Reis/Governo do Rio de Janeiro.

Casas afetadas pelo deslizamento em Teresópolis (RJ) em janeiro de 2011.
Foto reprodução AP.
     Explique que os deslizamentos acontecem em regiões com altos índices pluviométricos e em encostas com declividade acentuadas mesmo cobertas por vegetação. A ocupação dessas áreas por habitações ou para a prática de atividades agrícolas pode intensificar a ocorrência dos deslizamentos.
     A partir dos dados de precipitação, verifique com os alunos a ocorrência das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro no início do ano de 2011 por meio de notícias do período. Relembre que a as encostas íngremes dessa mesma região possuem uma camada relativamente fina de terra que cobre a rocha constituinte da Serra dos Órgãos. A terra encharcada pela grande quantidade de água da chuva que ocorreu em um breve período se desloca pela vertente íngreme e ocorre o deslizamento.
     Quando a cobertura vegetal é retirada e esses locais estão ocupados por habitações ou plantações, o processo de erosão na encosta é intensificado, levando tudo o que existe nas encostas para dentro dos vales.
6. Converse com os alunos sobre o estudo e a previsão do tempo, ressaltando aspectos como:
- a diferença entre tempo (estado momentâneo do tempo atmosférico em um determinado lugar) e clima (conjunto das condições atmosféricas mais marcantes em determinado lugar ou região, definido pelo estudo do comportamento do tempo por várias décadas).
- os aparelhos utilizados nas estações meteorológicas, as imagens de satélite (veja mais informações na página do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)
- a importância do trabalho de previsão do tempo. Para isso, utilize o alerta do INPE para os riscos de deslizamento (de 11/01/2011) e discuta com os alunos sobre quais tipos de ações podem ser tomadas para evitar tragédias como as que vêm ocorrendo em alguns deslizamentos.
- relembre alguns outros casos semelhantes ocorridos anteriormente no Rio de Janeiro, como em Angra dos Reis e Niterói, em 2010. Para exemplificar esse processo, utilize títulos de reportagens de anos anteriores como estas:
Deslizamento em Niterói pode ter deixado 200 soterrados (abril/2010)
Deslizamentos causam mortes em Angra dos Reis (janeiro/2010)

7. Finalize as atividades com os alunos, promovendo um debate sobre a prevenção de problemas como estes que foram estudados. Utilize as informações da Defesa Civil para promover a conversa.
Bom trabalho!!!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ondas: belas imagens para estudar Arte e Geografia

     Algumas lindas imagens de ondas têm sido veiculadas na rede. Muitas delas são de autoria do fotógrafo havaiano Clark Little, como as que vemos aqui.







     As ondas são movimentos das águas marinhas originados pela ação dos ventos na superfície dos oceanos. Seu tamanho resulta da combinação de fatores como a constância e a força dos ventos que as produzem. Seu comportamento também resulta da forma do relevo litorâneo.
      Os vagalhões, como também são chamadas as grandes ondas, exercem fascínio sobre as pessoas. Fotos de ondas como essas também podem ser utilizadas como recurso didático rico em possibilidades de trabalho, tanto em Artes Visuais quanto em Geografia.
     Sugerimos duas seqüências didáticas que podem ser realizadas com os alunos em sala de aula e que permitem o trabalho em conjunto entre os professores dessas disciplinas.

Artes Visuais

Objetivos: Conhecer o trabalho de diferentes fotógrafos e ressaltar técnicas básicas no trabalho com fotografias.
Conteúdo: Fotografia
Segmento: 8º e 9º anos e Ensino Médio (cerca de 3 aulas)
Material necessário: TV/DVD ou pendrive com fotografias
Desenvolvimento:
1. Amplie o repertório dos alunos levando-os a conhecer fotógrafos especializados em fotos de natureza, como o próprio Clark Little, autor das imagens das ondas que vimos, e Araquém Alcântara. Pesquise ou sugira uma pesquisa aos alunos. Mostre as imagens resultantes da pesquisa.

2. A partir da observação das imagens, converse com os alunos sobre como é o trabalho desses profissionais, as dificuldades de fazer as imagens, os momentos mostrados, o tipo de equipamento que é necessário, entre outras questões que acharem interessante. Pode-se utilizar também o depoimento do fotógrafo das ondas que vimos:

A paixão de Clark Little são as ondas. Ele as cavalga há 35 anos e, desde 2007, capta sua magia e força indomável com a câmera fotográfica. "Minhas fotos de ondas devem mostrar o que apenas os surfistas enxergam", explica ele. "O profundo abismo desses monstros maravilhosos e as monumentais massas d'água que se erguem sobre o surfista".
São Paulo: Escala, Agosto/2010.

3. Ressalte as definições de: fotografia analógica e digital, composição, enquadramento e luz (fundamental nas fotos de natureza, uso do flash, etc.). Dependendo do interesse da turma, trabalhe com os alunos o uso do obturador e do diafragma.

4. Sugira um trabalho de fotografia de natureza para os alunos (de preferência em grupos). Indique a criação de artifícios como filtros coloridos (usando plástico transparente colorido sobre a lente da máquina) e oriente a escolha dos lugares a serem fotografados.

5. Avalie o trabalho dos alunos por meio das fotografias, observando a compreensão dos conteúdos trabalhados, a composição das fotos, a criatividade e o empenho de cada grupo. Se possível, organize com os alunos uma exposição das imagens para toda a escola.

  
Geografia

Objetivos: Conhecer o movimento das ondas como parte da dinâmica das águas oceânicas.
Conteúdo: Movimento das águas oceânicas, ondas e relevo submarino e litorâneo.
Segmento: Ensino Fundamental II e Ensino Médio (cerca de 2 aulas)
Material necessário: fotografias de ondas em TV/DVD ou pendrive, acesso à Internet.
Desenvolvimento:
1. Mostre aos alunos as fotografias das ondas feitas por Clark Little e peça para que analisem as imagens (composição, enquadramento, elementos que aparecem, posição do fotógrafo, entre outros). Questione-os sobre o que conhecem sobre os movimentos das águas oceânicas, como as ondas. Cite também as marés e as correntes marítimas se estiver trabalhando o conteúdo. Fale também sobre a prática de esportes como o surfe e outros realizados no mar.

2. Explique aos alunos que as ondas resultam da ação dos ventos sobre a superfície dos oceanos e se dobram e quebram quando encontram o litoral e a profundidade do relevo submarino diminui. As ondas maiores ocorrem em litorais de mar aberto e as menores em baías e enseadas. Veja o esquema.

Esquema geral da formação de ondas

BOLIGIAN, Levon; BOLIGIAN, Andressa T. Alves.
Geografia: Espaço e Vivência. São Paulo: Saraiva, 2010.


As grandes ondas que ocorrem no Havaí, por exemplo, resultam de uma série de fatores, como citado no texto a seguir. Retome as imagens, fale sobre o fotógrafo que as retratou (veja a sugestão de trabalho em Artes Visuais) e localize o arquipélago havaiano em um mapa e a baia de Northshore no Google Maps ou no Google Earth.

     Clark Little não vive longe do local que serve às suas observações. Ele mora no Havaí, na costa norte da ilha de Oahu. A chamada Northshore, como os surfistas dizem cheios de veneração na voz, é mundialmente famosa por suas ondas, em nenhum outro lugar do planeta elas se erguem tão alto, com tanta constância e beleza tão perfeita como nessa faixa costeira tropical, entre outubro e março.
     Mas por que justamente aqui? De um lado, porque as ilhas estão localizadas no meio do Oceano Pacífico, onde o movimento das ondas se desenvolve sem ser interrompido por uma massa terrestre, as ondas atingem o litoral havaiano completamente desimpedidas. De outro, os antigos vulcões se erguem verticalmente das profundezas do mar, eles não são cercados por um alicerce terrestre, nem por águas rasas, nas quais as ondas se quebram antecipadamente, podendo perder uma parte de sua energia. Além disso, com sua constituição em forma de meia lua, a Northshore parece querer prender, literalmente, os vagalhões que chegam rolando.
São Paulo: Escala, Agosto/2010.

3. Se for possível, trabalhe também o conteúdo de relevo submarino ressaltando as características da plataforma continental, zona que, geralmente, se estende da linha costeira até o início do talude continental (veja imagem).

Esquema geral de plataforma continental
Enciclopédia do Estudante: Ciências da Terra e do Universo.
São Paulo: Moderna, 2008.

     A plataforma continental declina suavemente do continente para o fundo dos oceanos e possui, em média, 70 quilômetros de largura e cerca de 200 metros de profundidade. Explique as características naturais que diferem Northshore, no Havaí, de outras praias e plataformas, sobretudo das brasileiras.

4. Utilize também um mapa de ondas para explicar a importância do estudo das ondas no monitoramento de áreas de pesca e de rotas marítimas. Acesse a página do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE - Ondas que mostra o modelo de ondas oceânicas no Brasil e mundo. Explique a importância do estudo desses movimentos (como a altura e a direção das ondas), especialmente em um país com extenso litoral, como o Brasil. Veja um exemplo de mapa.


Mapa de ondas do INPE - obtido em http://ondas.cptec.inpe.br/
5. Como forma de avaliação, sugira aos alunos uma pesquisa sobre os lugares (praias) com as melhores ondas do mundo para surfar e quais os fatores naturais para tanto. Peça que localizem em um planisfério essas praias, citando os países onde estão, e que elaborem um pequeno texto dando explicações sobre as melhores ondas, com base nas informações que pesquisaram. Solicite que incluam imagens no trabalho. Peça que apresentem para os demais colegas e que elejam o melhor trabalho.

Bom trabalho!!!