A Jimboê Didática é uma empresa que atua desde 2003 e oferece prestação de serviços como assessoria na reformulação de currículos, leituras técnicas, produção de materiais didáticos e cursos de formação de professores.

Nosso objetivo neste blog é oferecer às instituições escolares, aos professores e a todos os interessados, um espaço de debates, troca de conhecimentos e experiências no ensino de Geografia, Arte e outras áreas do conhecimento.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A Copa do Mundo de Futebol e os protestos no Brasil

Temos visto pelos meios de comunicação e, até mesmo pessoalmente, os vários protestos que vêm ocorrendo no Brasil nos últimos meses. Em poucos dias, as manifestações se alastraram pelo país e, em sua maioria, eram combinadas e articuladas pelas redes sociais na Internet.
Grande parte de nossos alunos acompanharam o início dessas manifestações que ocorreram em muitas cidades do país, deflagradas pelo aumento das tarifas do transporte público. Posteriormente, as manifestações ocorreram (e vem ocorrendo) também com o intuito de reivindicar soluções de problemas persistentes em nosso país, como a qualidade na área da saúde e na educação, segurança e transporte público, corrupção, aumento do custo de vida, entre outros.
Durante a Copa das Confederações, realizada no Brasil no mês de Junho de 2013, ocorreram, em todo o país, manifestações públicas contra os gastos da Copa do Mundo de Futebol, que será realizada no país em 2014. Os problemas ressaltados nas manifestações estão relacionados, especialmente, aos grandes gastos de dinheiro público com obras de infra-estrutura para a realização da Copa de 2014.
Embora os problemas abordados pelos manifestantes nas ruas das cidades brasileiras sejam evidentes em nosso país, não são nossa exclusividade, eles são comuns à maioria dos países subdesenvolvidos e tem origens históricas, políticas e econômicas. Dentro desse contexto, indicamos uma sequência didática que tem como objetivo propor ao aluno conhecimentos que permitem refletir sobre os motivos das revoltas populares no Brasil e a relação com a Copa do Mundo de 2014.

Conteúdo
O conteúdo abordado com este tema, pode ser relacionado, por exemplo, às características do desenvolvimento e subdesenvolvimento e envolver as disciplinas de História, Sociologia e Filosofia (no caso do trabalho com o Ensino Médio). Sugere-se que as discussões para a realização deste trabalho sejam realizadas em 4 aulas.

A realização do trabalho
Inicie o trabalho mostrando aos alunos imagens que deflagrarão as reflexões e as discussões, como vídeos e fotografias das manifestações ocorridas ou algum outro material que achar interessante.
Veja o exemplo deste vídeo, no Rio de Janeiro, com destaque para o número de pessoas que participaram da manifestação.



Mostre também aos alunos, imagens das manifestações pelo Brasil. 


Veja algumas delas em:


Inicie uma conversa com os alunos fazendo perguntas sobre as manifestações populares: os motivos, quais são os problemas destacados pelos manifestantes, em que meios de comunicação obtiveram informações, se participaram de alguma manifestação em seu município, ou ainda se percebem os problemas destacados em seu cotidiano.
Sobre os problemas abordados, destaque alguns como: violência, trânsito, corrupção, pobreza, habitação, transporte público, diferença social, trabalho e prostituição infantil, falta de estrutura em escolas, hospitais, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Ressalte esses problemas nas grandes cidades brasileiras.

1ª etapa: discussões sobre os problemas
Cite, em sala de aula, os problemas sociais enfrentados pela população brasileira que transpareceram nos protestos. Destaque que estes problemas são comuns em muitas cidades do mundo, especialmente nas grandes cidades dos países subdesenvolvidos. Utilize o mapa com a divisão “Norte x Sul” para localizar o Brasil e resgate os conhecimentos sobre o colonialismo de exploração na África, na América Latina e na Ásia para melhor contextualizar o tema como um processo histórico, carregado de interesses econômicos e políticos.
Com o auxílio de apostilas ou livros didáticos, peçam aos alunos pesquisarem e façam um quadro das características dos países subdesenvolvidos.



Para complementar as discussões, utilize dados do IDH dos municípios brasileiros, publicados recentemente no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) Ressalte as diferenças regionais e intra-regionais dos índices de desenvolvimento humano, identificando as áreas com maiores contrastes.


2º etapa: os gastos com Copa do Mundo do Brasil
                Utilize o mapa interativo do site Portal 2014, para os alunos extraírem informações sobre os gastos com estádios e infraestrutura de cada cidade sede da Copa. Peça para que montem um quadro, indicando a cidade-sede e todos os gastos orçados. Peça que os alunos façam relações entre os gastos e os IDHs observados no Atlas 2013 do PNUD.

3º etapa: reflexões sobre os protestos e a Copa do Mundo
                Diante de todos os problemas sociais existentes no Brasil, muitos brasileiros não concordam com o dinheiro que será investido na Copa do Mundo de 2014. Por outro lado, o Governo Federal, além dos governos estaduais e municipais, apoiam a copa e usam como justificativa as obras de melhorias que ficarão no país depois do evento, na geração de emprego para a construção das obras de infraestrutura, estádios e o turismo.
          Para “esquentar” o debate, leia com os alunos as reportagens:



      Crie uma roda de conversa e leve os alunos a refletir sobre suas opiniões, sobre o que pensam sobre os temas abordados.


Comente sobre as exigências do padrão de qualidade que a Fédération Internationale de Football Association (FIFA), impõe aos países-sede a acerca de estádios, infraestrutura, segurança, entre outros, como condição para realização da Copa. No caso do Brasil, as exigências da FIFA para realização da Copa fogem da realidade do nível de desenvolvimento do país. Assim, alguns manifestantes utilizaram o “padrão de qualidade FIFA” para reivindicar as melhorias dos serviços públicos.

Atividade

Leitura e interpretação de texto

Oriente os alunos a ler o trecho do livro de Carvalho, 2002 (CARVALHO,José Murilo de. Cidadania no Brasil. Olongo Caminho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002). Somente a página 2, iniciando em “Tornou-se costume [...] até [...] é a da justiça social.”

Em seguida, oralmente, peça para identifiquem no texto os três tipos de direitos, quais são suas características, como eles estão relacionados ao contexto das manifestações e a Copa do Mundo.
Com base no texto lido, solicite aos alunos a elaboração de textos que expressem, na forma de um manifesto (veja o que é um manifesto), a sua reflexão individual, ou mesmo em grupo, a respeito dos problemas sociais de nosso país, de seu município, seu bairro ou em sua rua.
Os seguintes pontos podem se o foco da produção do texto:
·         Acesso a serviços públicos;
·         Organização da sociedade: mobilização ou desmobilização;
·         Qualidade de vida em seu espaço de vivência;
·         Problemas enfrentados;
·         Escolha de representantes políticos

Os textos desenvolvidos na atividade podem ser organizados em um mural para exposição na escola, com o intuito de mostrar os problemas percebidos pelos alunos em seu espaço de vivência e suas opiniões a respeito das manifestações e da realização da Copa do Mundo de 2014. Isso deverá proporcionar uma melhor avaliação do trabalho realizado.
Bom trabalho!!!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Um pouco mais de Oriente Médio em sala de aula




    Constantemente nos meios de comunicação vemos notícias relacionadas às crises políticas e conflitos armados que acontecem no Oriente Médio. Dentre esses fatos, destacou-se no início do mês de maio de 2013, o bombardeio realizado pelo exército israelense a um comboio militar na Síria (como na reportagem citada acima), alegando impedir que armas chegassem ao grupo político e militar Hezbollah, no Líbano.

     Aproveite notícias como estas para trabalhar com os alunos os conflitos do Oriente Médio e estudar um pouco mais sobre suas raízes históricas e religiosas, assim como ressaltar o período atual pró-democracia pelo qual alguns países árabes estão passando, a denominada "Primavera Árabe" .
    Neste trabalho, é importante identificar as facetas desses fatos nas esferas culturais, econômicas, políticas e ideológicas. O estudo dos conflitos no Oriente Médio proporciona uma análise do espaço geopolítico em diferentes pontos de vista, tais como: a disputa de território, a intolerância religiosa, a imposição cultural, os interesses econômicos.

    Sugerimos uma seqüência didática para trabalho em sala de aula, com o objetivo de proporcionar conhecimentos que possibilitem ao aluno, relacionar notícias como a do ataque deflagrado por Israel à Síria em maio de 2013 com as origens históricas dos conflitos entre judeus e árabes e alguns aspectos da Primavera Árabe.

Conteúdos

Ensino Fundamental: 8° Ano – Oriente Médio

Ensino Médio: Globalização e conflitos atuais

Conteúdo interdisciplinar: História, Sociologia e Filosofia


Tempo estimado: 3 Aulas

Material necessário: Mapa-múndi, data-show ou DVD para mostrar as imagens, mapas, textos e vídeo.

    Leia com os alunos alguns dos textos citados anteriormente, outros textos sugeridos nesta seqüência ou, ainda, textos que achar interessante e atuais sobre conflitos no Oriente Médio. Mostre a eles também o vídeo Israel ataca Síria para destruir armas (AFP) .




    Inicie uma conversa com os alunos questionando-os sobre as notícias citadas e o que eles sabem ou possivelmente acompanham sobre os conflitos que ocorrem no Oriente Médio. Procure saber, especialmente, onde podem obter informações sobre o tema (Internet, Televisão, Jornal ou Rádio).

    Utilize o mapa-múndi para localizar o Oriente Médio e as regiões onde ocorreram os conflitos citados nas reportagens.

1° Etapa – Origem dos conflitos:

    Analise os mapas sugeridos para auxiliar na compreensão da origem do conflito entre Israel (judeus) e Palestina, Síria, Cisjordânia, Egito e Líbano (árabes). Para melhor esclarecer o conflito, resgate os seguintes pontos sobre o tema: a partilha dos europeus na região pós-segunda guerra mundial desconsiderando a diversidade étnica e cultural e a criação do estado judaico de Israel pela ONU. Veja os mapas:


Criação do Estado de Israel








2° Etapa – Diversidade religiosa:

    Analise com os alunos o mapa sobre a diversidade religiosa de Jerusalém para auxiliar no esclarecimento dos conflitos. Comente sobre: Jerusalém como cidade sagrada das religiões Cristã, Judaica e Muçulmana, o extremismo de grupos religiosos, a influência da religião na organização do estado-nação (por exemplo, o Hezbollah no Líbano).


3° Etapa – Bombardeio de maio de 2013 e a relação com a Primavera Árabe:


    Analise com os aluno a charge a seguir e comente sobre: o momento de revolta popular pró-democracia que está acontecendo na Síria (identificada pela cidade destruída e em chamas e a bandeira da Síria), o bombardeio feito pelos israelenses (identificado pela “Estrela de Davi” em azul no avião) e a tensão entre Israel e os países árabes (identificado pelo avião jogando gasolina em uma cidade em chamas).



http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/28719/israel%2Be%2Bo%2Bconflito%2Bna%2Bsiria.shtml

    Mostre aos alunos a relação do conteúdo das reportagens com a “Primavera Árabe”. Aborde o tema falando dos governos ditatoriais, a forte influência do fundamentalismo religioso na constituição do estado-nação dos países árabes e das revoltas populares pela democracia que aconteceu na Líbia e Egito e está acontecendo na Síria e Iêmen.

    Israel, como país democrático e judaico é considerado pela Síria como apoiador das revoltas que estão ocorrendo, e tem o intuito de desestabilizar governos, podendo facilitar as disputas territoriais, aumentando a influência israelense na região. Entretanto, Israel afirma que os ataques na Síria tiveram o objetivo de impedir que armas chegassem ao grupo político militar libanês Hezbollah.

    Destaque a citação do segundo texto para ajudar a compreender a relação.

    “A agência de notícias Sana, porta-voz do regime, qualificou o bombardeio israelense como "uma tentativa clara de ajudar os grupos terroristas armados depois dos fortes golpes que receberam", em alusão aos rebeldes que combatem o governo de Assad.
    Nesta linha, a rede de televisão estatal síria informou que a "agressão israelense" foi acompanhada de "tentativas de grupos terroristas de atacar postos de controle militares em várias zonas", e especificou que as forças do regime conseguiram repelir esses ataques, deixando "mortos e feridos" entre os rebeldes.
    Por sua vez, o ministro de Turismo de Israel, Uzi Landau, justificou as ações de seu país para impedir que "certas armas" cheguem às mãos de grupos terroristas.”


    O Link abaixo mostra fotos das diversas revoltas populares nos estados árabes. Utilize-as para acompanhar as discussões.


    Dentro do contexto de disputa de território e diversidade étnica cultural da região, considere as crescentes revoltas populares nos estados árabes, a desestabilização ou a queda dos governos desses países podem aumentar sua influência política de Israel na região.


Avaliação

    Para iniciar a avaliação faça a síntese dos pontos apresentado na aula:

• As diferentes interpretações do bombardeio realizado por Israel na Síria.

• A relação estabelecida na disputas territoriais entre árabes e judeus no Oriente Médio e a Primavera Árabe. Considere o possível aumento da influência de Israel na região e os problemas enfrentados pelos países ditatoriais.

• A origem das disputas territoriais considerando fatores étnicos e religiosos na região.

    Divida os alunos em grupo e peça para que busquem reportagens e imagens recentes em revistas, jornais, televisão e internet sobre o conteúdo e tragam para a próxima aula.

    Peça para que elaborem um texto, tendo como referência as reportagens coletadas e a aula expositiva. O texto deve ser avaliado de acordo com os pontos apresentados na síntese da aula.

    Utilizando um mapa da região, peça para que os alunos extraiam do texto produzido as informações capazes de serem representadas no mapa, tais como: local e data de bombardeios e países envolvidos.

    O mapa deve ser avaliado com os seguintes critérios: nome, escala, legenda, orientação, entre outras informações básicas. Para finalizar, peça para que montem um cartaz com o mapa e o texto que produziram e exponham o material na sala de aula.


Para saber mais acesse também:





terça-feira, 28 de maio de 2013


Vejam a sequencia didática proposta pela professora Suely Gomes, na revista Nova Escola. Ótimas ideias... e bons trabalhos...


INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL

Proponha, com o auxílio de mapas e sites da internet, que os estudantes investiguem e analisem os diferentes momentos da industrialização no Brasil



sexta-feira, 17 de maio de 2013

Vejam que legal.... nessa época do ano, especialmente nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, é possível realizar trabalhos bem interessantes...


http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/tic-tac-sombras-426698.shtml

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A gripe e a globalização

    Junto com a chegada da estação do outono no hemisfério Sul e da primavera do hemisfério Norte, proliferam também alguns tipos de vírus muito conhecidos pela população, como o da influenza. Isso é recorrente, porém, a maior parte das pessoas já possui anticorpos contra alguns desses microorganismos.
    Entretanto, neste ano de 2013 vem chamando a atenção um novo vírus da gripe aviária, surgido na China e que tem levado preocupação à OMS: o H7N9.


Quase 120 casos de infecções humanas do vírus H7N9 foram registrados, com 23 mortes (AFP, Wang Zhao, http://www.google.com/hostednews/afp/slideshow/ALeqM5hsbCw6OZa1cGZXMLcD7qRQGpaAtw?docId=CNG.87f22a5b416199911826bd6ffa068385.441&index=0)
     Já vimos outras vezes notícias como as que têm sido veiculadas nestes meses. Em março de 2005, por exemplo, ocorreu outro surto de gripe aviária, causada pelo vírus H5N1, e que também atingiu muitos países dos Sudeste Asiático.
   Em março de 2009, a gripe que ficou conhecida como suína ou gripe A, causada pelo vírus H1N1, foi detectada inicialmente no México e espalhou-se com grande rapidez, atingindo muitos países do mundo, ocasionando mais de 8 mil mortes. A Organização Mundial da Saúde decretou o alerta de pandemia que somente foi encerrado em agosto do ano seguinte.
    Aqui vai uma proposta de trabalho com os alunos que, ao abordar as questões de epidemias e pandemias, trabalhe com os temas globalização, meios de transporte e comunicação e representações cartográficas.
Ensino Fundamental 2 e Médio
• Espaço geográfico e globalização
• A dinâmica dos espaços globalizados
• Os fluxos internacionais de pessoas e mercadorias
• Desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação
  
Conteúdos complementares interdisciplinares (Ciências e Biologia)
 • Campanhas de vacinação
 • Métodos de prevenção de contágio
 • Microorganismos, pandemia e epidemia
  
1. Leia com os alunos os textos:
  
Pandemias difundem-se no ritmo da globalização
Responda rápido: onde é fabricado seu iPod? Pois é! Desde que Napoleão colocou a burguesia a seu lado, o mundo só faz encolher. E, falando de um francês, lembramos de outro: o vinho Beaujolais.

 Anualmente, na terceira quinta-feira de novembro, apreciadores do saboroso tinto francês no mundo todo abrem milhões de garrafas recém-chegadas do sul da Borgonha, a região produtora. O curioso é que, para degustá-lo comme il fault, o vinho deve sair da França na véspera! Simultaneamente, mais de 150 países recebem a safra do ano, o que é possível graças a uma verdadeira operação de guerra, de que participam milhares de produtores, despachantes, vendedores, compradores, aviões, caminhões etc. No intervalo de 12 a 24 horas, le Beaujolais est arrive a seus mercados consumidores e às taças de seus apreciadores all over the world.

 Aí está uma das faces da globalização. A economia mundializada fragiliza as fronteiras nacionais, tornando-as permeáveis ao dinheiro, matérias-primas e manufaturados. Pelas fronteiras, também passam turistas, executivos, empresários, comerciantes, pilotos, comissários de bordo, soldados, pessoas em busca de trabalho e refugiados de guerras civis.

 Há algo, porém, que passa com mais facilidade pelos detectores de metal e pelos cães farejadores dos aeroportos: os micróbios. (José Arnaldo Favaretto e Helio Trebbi  http://www.clubemundo.com.br/pdf/2006/mundo0506.pdf)
A primeira pandemia do século XXI é a SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome ou Síndrome Respiratória Aguda Grave). Em novembro de 2002, pessoas da região de Guangdong, na China, desenvolveram essa nova e letal forma de pneumonia. Em fevereiro, um médico que tratou de pessoas em Guangdong hospedou-se em um hotel de Hong Kong, e infectou 12 outras pessoas. A partir desses casos, acendeu-se um rastilho epidemiológico que, até a metade desse ano, havia passado por 18 países, atacado mais de 6 mil pessoas e matado pelo menos 470. A cortina de silêncio imposta pelas autoridades sanitárias chinesas impediu que medidas de controle fossem implementadas mais precocemente.

A partir da divulgação maciça da epidemia pela imprensa mundial, o governo chinês chegou a ameaçar com prisão perpétua pacientes que desrespeitassem as normas de isolamento.

Essas pandemias são exemplos do chamado “efeito borboleta”, segundo o qual o bater de asas de uma borboleta pode causar um vendaval devastador mesmo a milhares de quilômetros de distância. A Aids e a Sars têm muitas características em comum: seus agentes são vírus que romperam a barreira biológica entre animais e seres humanos e se disseminaram graças a brechas nos sistemas nacionais e internacionais de vigilância. São produtos da globalização, e seus efeitos políticos, econômicos e sociais são devastadores.

As epidemias, tão antigas quanto as primeiras populações humanas, certamente continuarão a ocorrer, quem sabe alcançando, no futuro remoto, colônias humanas em outros planetas. Pensando em prevenção em escala cósmica, cientistas da Nasa consideram a possibilidade de arremessar a sonda espacial Galileu contra o planeta Júpiter, incinerando-a na entrada na atmosfera do planeta, com o objetivo de evitar que ela caia sobre o satélite Europa e o contamine com microrganismos terrestres que possam ter resistido às hostis condições do espaço. (José Arnaldo Favaretto e Helio Trebbi http://www.clubemundo.com.br/pdf/2006/mundo0506.pdf)



  2. Acesse reportagens sobre o tema e solicite aos alunos que as leiam.
3. Analise as imagens com os alunos
 Animação com mapa-múndi que simula do tráfego aéreo mundial e suas rotas em 24 horas
Mapa dos principais fluxos marítimos internacionais.

Vincenzo Raffaele Bochicchio.
Atlas mundo atual. São Paulo: Atual, 2009. p. 38-39.
Graça Maria lemos Ferreira. Moderno atlas
geográfico. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2011. p. 75.

4. Realize uma conversa, em sala de aula, de como as pandemias podem ocorrer atualmente diante do desenvolvimento dos meios de transporte. Discuta sobre quais características da globalização contribuem para as pandemias (fluxos de pessoas e mercadorias, por exemplo). Converse também sobre os fluxos aéreos e marítimos e sobre os espaços mais intensamente transformados em decorrência destes fluxos.
  
5. Crie grupos de alunos para a realização do trabalho.
  
6. Crie um painel para que os alunos possam acompanhar as notícias. Sugira que indiquem links das principais notícias sobre o tema.
  
7. Utilize um mapa da China (do Sudeste Asiático ou um mapa-múndi) para indicar o surgimento de novos casos da gripe e trabalhe com os alunos os elementos essenciais de um mapa, como o título, legenda, escala, orientação, etc.
Veja também:
OMS – Gripe A