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Nosso objetivo neste blog é oferecer às instituições escolares, aos professores e a todos os interessados, um espaço de debates, troca de conhecimentos e experiências no ensino de Geografia, Arte e outras áreas do conhecimento.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
A gripe e a globalização
Junto com a chegada da estação do outono no hemisfério Sul e da primavera do hemisfério Norte, proliferam também alguns tipos de vírus muito conhecidos pela população, como o da influenza. Isso é recorrente, porém, a maior parte das pessoas já possui anticorpos contra alguns desses microorganismos.
Entretanto, neste ano de 2013 vem chamando a atenção um novo vírus da gripe aviária, surgido na China e que tem levado preocupação à OMS: o H7N9.
Já vimos outras vezes notícias como as que têm sido veiculadas nestes meses. Em março de 2005, por exemplo, ocorreu outro surto de gripe aviária, causada pelo vírus H5N1, e que também atingiu muitos países dos Sudeste Asiático.
Em março de 2009, a gripe que ficou conhecida como suína ou gripe A, causada pelo vírus H1N1, foi detectada inicialmente no México e espalhou-se com grande rapidez, atingindo muitos países do mundo, ocasionando mais de 8 mil mortes. A Organização Mundial da Saúde decretou o alerta de pandemia que somente foi encerrado em agosto do ano seguinte.
Aqui vai uma proposta de trabalho com os alunos que, ao abordar as questões de epidemias e pandemias, trabalhe com os temas globalização, meios de transporte e comunicação e representações cartográficas.
Ensino Fundamental 2 e Médio
• Espaço geográfico e globalização
• A dinâmica dos espaços globalizados
• Os fluxos internacionais de pessoas e mercadorias
• Desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação
Conteúdos complementares interdisciplinares (Ciências e Biologia)
Responda rápido: onde é fabricado seu iPod? Pois é! Desde que Napoleão colocou a burguesia a seu lado, o mundo só faz encolher. E, falando de um francês, lembramos de outro: o vinho Beaujolais.
Anualmente, na terceira quinta-feira de novembro, apreciadores do saboroso tinto francês no mundo todo abrem milhões de garrafas recém-chegadas do sul da Borgonha, a região produtora. O curioso é que, para degustá-lo comme il fault, o vinho deve sair da França na véspera! Simultaneamente, mais de 150 países recebem a safra do ano, o que é possível graças a uma verdadeira operação de guerra, de que participam milhares de produtores, despachantes, vendedores, compradores, aviões, caminhões etc. No intervalo de 12 a 24 horas, le Beaujolais est arrive a seus mercados consumidores e às taças de seus apreciadores all over the world.
Aí está uma das faces da globalização. A economia mundializada fragiliza as fronteiras nacionais, tornando-as permeáveis ao dinheiro, matérias-primas e manufaturados. Pelas fronteiras, também passam turistas, executivos, empresários, comerciantes, pilotos, comissários de bordo, soldados, pessoas em busca de trabalho e refugiados de guerras civis.
Há algo, porém, que passa com mais facilidade pelos detectores de metal e pelos cães farejadores dos aeroportos: os micróbios. (José Arnaldo Favaretto e Helio Trebbi http://www.clubemundo.com.br/pdf/2006/mundo0506.pdf)
A primeira pandemia do século XXI é a SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome ou Síndrome Respiratória Aguda Grave). Em novembro de 2002, pessoas da região de Guangdong, na China, desenvolveram essa nova e letal forma de pneumonia. Em fevereiro, um médico que tratou de pessoas em Guangdong hospedou-se em um hotel de Hong Kong, e infectou 12 outras pessoas. A partir desses casos, acendeu-se um rastilho epidemiológico que, até a metade desse ano, havia passado por 18 países, atacado mais de 6 mil pessoas e matado pelo menos 470. A cortina de silêncio imposta pelas autoridades sanitárias chinesas impediu que medidas de controle fossem implementadas mais precocemente.
A partir da divulgação maciça da epidemia pela imprensa mundial, o governo chinês chegou a ameaçar com prisão perpétua pacientes que desrespeitassem as normas de isolamento.
Essas pandemias são exemplos do chamado “efeito borboleta”, segundo o qual o bater de asas de uma borboleta pode causar um vendaval devastador mesmo a milhares de quilômetros de distância. A Aids e a Sars têm muitas características em comum: seus agentes são vírus que romperam a barreira biológica entre animais e seres humanos e se disseminaram graças a brechas nos sistemas nacionais e internacionais de vigilância. São produtos da globalização, e seus efeitos políticos, econômicos e sociais são devastadores.
As epidemias, tão antigas quanto as primeiras populações humanas, certamente continuarão a ocorrer, quem sabe alcançando, no futuro remoto, colônias humanas em outros planetas. Pensando em prevenção em escala cósmica, cientistas da Nasa consideram a possibilidade de arremessar a sonda espacial Galileu contra o planeta Júpiter, incinerando-a na entrada na atmosfera do planeta, com o objetivo de evitar que ela caia sobre o satélite Europa e o contamine com microrganismos terrestres que possam ter resistido às hostis condições do espaço. (José Arnaldo Favaretto e Helio Trebbi http://www.clubemundo.com.br/pdf/2006/mundo0506.pdf)
2. Acesse reportagens sobre o tema e solicite aos alunos que as leiam.
Animação com mapa-múndi que simula do tráfego aéreo mundial e suas rotas em 24 horas
Mapa dos principais fluxos marítimos internacionais.
Vincenzo Raffaele Bochicchio. Atlas mundo atual. São Paulo: Atual, 2009. p. 38-39. Graça Maria lemos Ferreira. Moderno atlas geográfico. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2011. p. 75.
4. Realize uma conversa, em sala de aula, de como as pandemias podem ocorrer atualmente diante do desenvolvimento dos meios de transporte. Discuta sobre quais características da globalização contribuem para as pandemias (fluxos de pessoas e mercadorias, por exemplo). Converse também sobre os fluxos aéreos e marítimos e sobre os espaços mais intensamente transformados em decorrência destes fluxos.
5. Crie grupos de alunos para a realização do trabalho.
6. Crie um painel para que os alunos possam acompanhar as notícias. Sugira que indiquem links das principais notícias sobre o tema.
7. Utilize um mapa da China (do Sudeste Asiático ou um mapa-múndi) para indicar o surgimento de novos casos da gripe e trabalhe com os alunos os elementos essenciais de um mapa, como o título, legenda, escala, orientação, etc.
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