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quinta-feira, 6 de março de 2014

O Verão de 2014

O Verão de 2014

INTRODUÇÃO
Os eventos climáticos do verão brasileiro tomam conta dos meios de comunicação todo início de ano devido as suas consequências. No verão de 2014 não foi diferente. Tais eventos modificam a dinâmica da vida cotidiana de milhares de brasileiros de maneira distinta de norte a sul do país, e às vezes, em casos extremos, são responsáveis por mortes.
 A ampla dimensão territorial do Brasil faz com que ocorra uma grande diversidade de eventos climáticos nesse período. Abaixo, elegemos algumas notícias relacionadas à estiagem, chuva excessiva, temporal, alagamento, alta temperatura, desmoronamento, entre outros, que tiveram maior destaque no verão 2013/2014.   
Professor, diante desses eventos climáticos em destaque, aproveite para trabalhar com os alunos as principais características da estação do verão e suas implicações no espaço geográfico brasileiro.
Assim, propomos um plano de aula que tem como objetivo desenvolver algumas habilidades no aluno para que compreendam a dinâmica climática brasileira durante o verão e as consequências dos eventos climáticos ocorridos nesse período em nosso território. 

Tempo estimado: 4 aulas.
Conteúdo: Climas no Brasil 6º e 7 º ano do FII e 1º e 2º do EM
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1 etapa: características gerais do verão
           No Laboratório de informática, mostre as notícias acima, ou outras que achar interessante, e comente sobre os elementos climáticos que se destacaram em cada uma das notícias. Inicie, a partir daí, uma conversa sobre as características climáticas do verão e a influência que elas exercem na vida cotidiana do aluno.
            Em seguida, com o auxílio do texto abaixo, faça uma síntese das características do verão de 2013-2014.

“O Verão iniciará às 20h03 do dia 21 de dezembro de 2013, no Hemisfério Sul. A expressão verão vem do latim vulgar (veranum, i.e., veranuns tempus). Esta estação engloba também os meses de janeiro, fevereiro e março, com pico em janeiro, mês considerado de alta temporada de férias no Brasil. A estação de verão é caracterizada, basicamente, por dias mais longos que as noites. Ocorrem mudanças rápidas nas condições diárias do tempo, levando à ocorrência de chuvas de curta duração e forte intensidade, principalmente no período da tarde. Considerando o aumento da temperatura do ar sobre o continente, estas chuvas são acompanhadas por trovoadas e rajadas de vento, em particular nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País. Os maiores totais acumulados de chuva concentram-se principalmente nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste e extremo sul do Amazonas com valores médios superiores a 600 mm. Estas chuvas podem estar associadas à passagem de sistemas frontais e à formação do sistema meteorológico conhecido por Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), cuja principal característica é a ocorrência de chuvas por vários dias, resultando em enchentes e deslizamentos de terra. Na Região Nordeste, iniciam-se as chuvas, com valores máximos no mês de fevereiro. Dependendo da qualidade do período chuvoso, esta estação pode ser caracterizada pela ocorrência de “veranicos” (períodos de estiagem com duração de 7 a 15 dias). Na Região Sul, as chuvas variam entre 300 mm e 500 mm.”
Destaque e explique os seguintes pontos do texto:

      Dias mais longos que a noite: Com o auxílio da imagem abaixo, explique a relação do posicionamento da terra neste período com o do sol, fazendo, assim, que os dias fiquem mais longos que as noites.

                                                             
                                                                                 http://www.oba.org.br/

              Mudanças climáticas em áreas intertropicais acontecem de forma mais rápida: Comente, que o Brasil está com quase todo seu território inserido na faixa intertropical (entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio), e que o ângulo de incidência e raios solares nessas áreas, geram uma altíssima insolação e potencializam a dinâmica de alteração de eventos climáticos, como chuva, neblina, períodos de calor e estiagens.  . Utilize a figuras abaixo para melhor contextualizar sua explicação.

                 http://www.cocfranca.com.br/

               A ZCAS: Explane que a Zona de Convergência do Atlântico Sul é caracterizada como uma faixa úmida e nebulosa no sentido noroeste – sudeste muita comum no verão da América do Sul. Esse fenômeno entende-se por milhares de quilômetros, influenciando desde a Amazônia até a região sudeste do Brasil. Ela ocasiona vários dias de chuva nos meses de verão na região sudeste, muitas vezes, acarretam em deslizamentos de terra e enchentes.

                                                                                  http://www.inpe.br/
A ZCIT: Explique que a Zona de Convergência Intertropical é composta pela convergência de duas frentes de ar na região do equador, uma vinda do sul, geralmente úmida, mas bastante fria, e outra, quente e seca, advinda do nordeste. Esse evento climatológico é muito suscetível à topografia e distribuição de massas terrestres e oceânicas. Durante o verão do hemisfério setentrional ela se movimenta para o norte, e no verão no hemisfério meridional ela se movimenta para o sul. A principal consequência desse evento no Brasil são as chuvas nas regiões nordeste e norte durante o verão.
                                                                                 http://www.inpe.br/
Mais informações sobre ZCIT

Os veranicos: Elucide que os veranicos ocorrem devido à presença de uma área de alta pressão quente e seca, impedindo a aproximação de massas de ar úmidas. Para ser considerados veranicos é necessário um período de sete dias sem chuvas, mas eles podem persistir por semanas. Esse fenômeno traz grandes e duradouras ondas de calor, que quando continua por muito tempo, afeta a agricultura, o abastecimento de água e energia elétrica (em países que utilizam a hidroeletricidade como matriz energética).

                                                                             http://www1.folha.uol.com.br/
Mais sobre os veranicos

A formação tempestades: Esclareça que as tempestades se formam quando convergem massas de ar quentes, úmidas e instáveis com massas de ar mais frias. As maiorias das tempestades resultam quando ocorre um intenso aquecimento solar, porém existem algumas que se originam de brisas terrestres e marítimas. Elas persistem por um período curto (uma ou duas horas), normalmente no final da tarde. Mostre a figura abaixo para melhor elucidar sua explicação.


Estágio cumulus

  Estágio maduro

                        
                                                                                Estágio de dissipação

Mais sobre tempestades severas no link:

Comente que além desses, outros eventos podem influenciar no verão do Brasil, como é caso do El Niño (aquecimento das águas do Oceano Pacífico tropical) e La Niña (esfriamento das águas do Oceano Pacífico tropical). As características desses fenômenos  e a influência que eles exercem no verão de 2014 podem ser encontradas no site: http://enos.cptec.inpe.br/
 Sempre que possível, na explicação dos tópicos, comente que as consequências desses eventos em nossa sociedade é potencializada pelo próprio homem.  Por exemplo, a ocupação humana em áreas predisposta a deslizamentos e alagamentos, a relação de impermeabilidade do solo e alagamento nas cidades, o uso irresponsável da água, entre outros.  Mostre algumas imagens inseridas nas notícias na primeira parte dessa proposta para iniciar um pequeno debate com os alunos.

2º Etapa: As características do verão nos climas do Brasil
Para entender melhor a dinâmica do verão brasileiro, indique aos alunos o site IBGE Teens - Climas do Brasil, mostre os diferentes climas do Brasil e comente sobre as características de cada um deles. Logo depois, entre no site Estações do ano INPE, selecione a opção “Verão”, escolha as cidades inseridas em diferentes climas e faça junto com os alunos, uma análise comparativa dos dados históricos climáticos. Essa checagem de dados possibilita ao aluno uma melhor compreensão dos diferentes “verões” que temos no Brasil.
            Com o intuito de fazer com os alunos uma iniciação na análise de gráficos e tabelas propõe a construção de um climograma. Os dados podem ser encontrados no site da IMPET: UNESP Bauru, do município de Bauru (SP). Selecione os dados de “Precipitação Acumulada” e “Temperatura Média” dos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro dos dez últimos anos (2004-2014). Aproveite as tabelas existentes no site para fazer uma análise comparativa dos dados anteriores com os atuais.
            A partir da analise dos dados da tabela do site e da localização geográfica da cidade de Bauru, questione os alunos sobre quais eventos climáticos podem ter provocados médias atípicas no período desse e de outros verões.

Avaliação
            Avalie os alunos por meio das seguintes atividades:

Leitura e interpretação de texto:
             Primeiro, oralmente, analise com os alunos os textos abaixo encontrados no “Boletim Prognóstico Climático” no site do INPE (http://infoclima1.cptec.inpe.br/), considerando as informações contidas no informativo, peça para que os alunos identifiquem com qual evento climático mencionado na 1º etapa ele está relacionado.
  
Sumário Executivo
Mês de Fevereiro, Março e Abril. (Ano: 21 – Mês: 1)
“O mês de dezembro foi marcado pelo excesso de chuva em parte das Regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, especialmente no leste de Minas Gerais e no Espírito Santo, onde a atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) causou aumento do volume de chuva e sérios transtornos à população. Por outro lado, as chuvas continuaram escassas no norte da Região Nordeste. No Rio Grande do Norte, em particular, a quase totalidade dos municípios decretaram situação de emergência por causa da estiagem prolongada.

Sumário Executivo
Mês de Março, Abril e Maio (Ano: 21 – Mês: 2)
”Janeiro foi um mês com predominância de anomalias negativas de precipitação na maior parte do Brasil, com exceção de áreas isoladas principalmente no norte, oeste e sul do País. No norte da Região Nordeste, em particular, o déficit pluviométrico reduziu o volume de água da maioria dos açudes, nos quais os valores observados foram inferiores a 30% da capacidade máxima de armazenamento. O deslocamento do sistema de alta pressão semipermanente do Atlântico Sul sobre o leste do Brasil ocasionou a ausência de episódios bem configurados da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), resultando na diminuição do nível da maioria dos reservatórios monitorados nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste. Por outro lado, sobre a Região Sul, a presença de uma circulação de bloqueio atmosférico no Pacífico Sul favoreceu o excesso de chuva principalmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
“Os campos oceânicos e atmosféricos globais, referentes a janeiro e à primeira quinzena de fevereiro de 2014, mostraram condições próximas à normalidade nas áreas tropicais dos oceanos Atlântico e Pacífico Leste. Com isso, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas no norte da Região Nordeste, vem se posicionando próximo à sua posição climatológica no decorrer dos últimos trinta dias.

Produção de mapa
           Essa atividade consiste em “mapear as notícias” de acordo com cada evento climático. Os alunos devem consultar na internet, em revistas ou em jornais impressos 10 notícias entre o final de 2013 e o início de 2014 que estejam relacionadas com a temática. Por exemplo: deslizamentos, estiagem, chuvas excessivas, entre outros.
È necessário levar um mapa do Brasil com as divisões políticas dos estados e em branco.  Em seguida, com o auxílio de um atlas, peça para que os alunos localizem no mapa em branco o estado e o município que a notícia está se referindo e, também, com qual evento citado na 1º etapa ela está relacionada. Sugira para os alunos que organizem uma legenda para o mapa.
Os seguintes pontos podem ser o foco para avaliação:
·         Interesse do aluno pela atividade oral;
·         Elaboração do climograma
·         A atividade individual na elaboração do mapa e na identificação e localização do evento.

Bom trabalho!





Material de consulta para o professor:
AYOADE, John O. Introdução a climatologia para os trópicos. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
CAVALCANTI, I.F. de A.; FERREIRA, N.J.; SILVA, M.G.A.J. da; DIAS, M.A.F. da S. (Org) Tempo e clima no Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2009.
MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Texto, 2007.
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE): http://www.inpe.br/
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET): http://www.inmet.gov.br/portal/


  

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